Falta de ar: como saber se é Covid, problema cardíaco ou ansiedade
Seja qual for o motivo, é importante buscar ajuda; entenda qual profissional procurar

09/09/2020 | Dicas de Saúde

Que atire a primeira pedra quem nunca desconfiou que tinha contraído o coronavírus só porque espirrou ou por causa de uma coriza qualquer. Ou que estaria infartando porque o ar demorou a vir? Esse estado de atenção ininterrupto é normal, mas pode acabar trazendo problemas também à saúde mental.

Os tempos atuais, em que nos mantemos constantemente em alerta, preocupados e socialmente isolados, podem gerar ansiedade além daquela a que estamos acostumados. Ou além daquela que conseguimos gerenciar. Por isso é muito importante entender quando é preciso de fato se preocupar com algum sinal dado pelo seu corpo. 

A falta de ar, por exemplo, tem levado muitos pacientes a buscarem atendimento – seja junto ao cardiologista, ao psiquiatra ou no pronto socorro. Mas será que ela precisa ser objeto de preocupação? A quem você deve procurar?

As especialistas Dra. Andrea Nolli, psiquiatra da MedCal, e Dra. Larissa de Freitas Nunes Goldoni, cardiologista da clínica, explicam o que é de fato a falta de ar e quando se preocupar. "Basicamente, a falta de ar é a dificuldade de inspirar ou expirar. De puxar ou soltar o ar", explica a Dra. Larissa. "Ao sentir esse desconforto, o paciente aumenta a intensidade da respiração e acaba sentindo a falta de ar", detalha.

As causas são inúmeras – desde cardíacas, pulmonares, anemia até o excesso de preocupações e distúrbios psicológicos – e por isso, de acordo com as especialistas, é necessário identificar em qual momento o problema acontece. "O que estava fazendo quando o incômodo surgiu, em que posição estava, estava fazendo esforço, foi no momento em que sentou pra relaxar?", questiona a Dra. Andrea, acrescentando que a história clínica às vezes é mais essencial para diferenciar a falta de ar do que exames clínicos em si.

Nossas especialistas listam algumas diferenças entre a falta de ar gerada por problemas cardíacos daquela desencadeada pela Covid ou por ansiedade:

Covid-19

• Vem acompanhada de outros sintomas, como febre (geralmente com temperatura acima de 37,8º C), tosse, coriza, obstrução nasal, dor de garganta. 
• Tem progressão rápida, o aumento é sentido em questão de horas a dias.

Problema cardíaco

• Limitante, causada inicialmente por grandes esforços
• Progride lentamente, passando a aparecer, no prazo de meses, em decorrência de esforços cada vez menores;
• Acompanhada de edemas (inchaço) nas pernas, que normalmente pioram ao longo do dia
• Pode levar ao ganho de peso pela retenção de líquido;
• Não vem acompanhada de sintomas de resfriado.

Problema psicológico

• Aguda (surge de forma súbita e bem intensa);
• Suspirosa (quando não está em franca crise de falta de ar, o paciente suspira constantemente como se tivesse que fazer esforço para o ar entrar);
• Pode vir acompanhada de quadros de insônia e/ou alteração alimentar.

A Dra. Andrea explica que a falta de ar por ansiedade não ocorre necessariamente quando o paciente enfrenta um episódio de estresse. "Muitas vezes, a pessoa precisa solucionar o problema ou está em um momento em que não pode perder o controle emocional. Ela então soluciona a questão e, de madrugada, por exemplo, horas após o estresse, vê desencadear uma falta de ar", explica. 

Ambas as especialistas concordam que técnicas de respiração, yoga e meditação são muito eficientes para o controle da frequência cardíaca. E o distanciamento ou absorção inteligente do noticiário podem ajudar a evitar episódios de falta de ar causada por ansiedade.

Quer mais dicas? Confira a gravação da live que a Dra. Andrea e a Dra. Larissa gravaram recentemente sobre esse assunto. Não poderia ser mais atual! https://www.youtube.com/watch?v=o_705b-ZbIY

Entre as dicas que elas dão também está o alerta de que as características mencionadas acima são apenas algumas das possíveis – talvez mais comuns – causas da falta de ar diante do cenário vivido atualmente. No entanto, a falta de ar pode levar a problemas mais sérios e sua causa deve sempre ser avaliada e tratada.

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